UX/UI Case — Notícia 360. Uma plataforma de notícias

Tamires Nunes
7 min readApr 18, 2023

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Em maio de 2021 iniciei o Bootcamp de Ux da How Bootcamps, até o início de agosto nos empenhamos no estudo para entender como a desinformação na internet afeta a vida das pessoas e como o design poderia contribuir para esse desafio. A oportunidade para realizar esse bootcamp foi através do programa de bolsas através da comunidade Pretux, em paceria com a How.

O time de estudo foi formado por Melissa Hifumi e eu (Tamires Nunes), durante o processo tivemos algumas mentorias com a Rafaella Raboni.

Desk Reserach

Em um estudo publicado pela revista Science, realizado por cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusett uma notícia falsa se espalha 70% mais rápido que as notícias verdadeiras e alcançam muito mais pessoas. Na conjuntura política dos últimos anos mais o agravante da pandemia, houve um aumento expressivo de assuntos nas redes e matérias abordando o termo “fake news”. Durante a pandemia, estudos apontam que a maior circulação de notícias falsas corriam pelo WhatsApp e através de redes como Facebook. Nesse período, a ciência foi uma das áreas mais afetadas pelo aumento da desinformação na internet, uma pesquisa traz um resultado que 91% dos profissionais da saúde na linha de frente da Covid-19, foram um obstáculo no combate ao vírus.

Objetivo

Os objetivos para esse projeto foram:

  • Entender a forma que as pessoas consomem informações
  • Como ajudar através do Ux Design em relação as noticias falsas na internet

Desafio

O maior desafio desse projeto foi a condução de pesquisa. Revisamos algumas vezes para evitar perguntas que enviesasse os resultados e também perguntar de formas diferentes algumas das principais dúvidas.

Duplo diamante

A metodologia que usamos nesse projeto foi o duplo diamante. O duplo diamante é dividido entre quatro etapas, dividindo o problema e a solução. A primeira etapa é a de descobrir, onde vamos divergir e entender ‘quais são os problemas e de onde vem?’, na segunda etapa vamos convergir e escolher em ‘qual problema vamos focar’ e definir, a terceira etapa vamos divergir novamente para desenvolver, onde exploramos ‘quais são as soluções possíveis para o problema’ e por último a entrega, etapa de teste e validação para verificar se a nossa solução resolve aquele problema. Conforme o esquema abaixo.

Matriz CSD

Para direcionar a pesquisa e nos aprofundarmos no assunto, fizemos em grupo uma matriz CSD, elencando as certezas, suposições e dúvidas. Escolhemos dúvidas e suposições mais importantes para descobrir na pesquisa com usuário.

Pesquisa

Aplicamos uma pesquisa quanti/quali, através de formulário online, com perguntas que tinham o foco para entender como as pessoas consomem conteúdo na internet e qual a relação e entendimento sobre as notícias falsas e qual o perfil dessas pessoas. Foram 60 respostas.

Perfil — 45% dos entrevistados estão entre a faixa etária de 26 a 35 anos e 46,7% são graduados.

Consumo de informações — Perguntamos por onde as pessoas consumiam os conteúdos, as redes sociais foram as mais citadas, sendo elas: Instagram, Facebook e Twitter, também foram citadas newsletter, podcasts e alguns portais de notícias, sendo o G1 mais citado.

Fizemos algumas perguntas para entender os assuntos mais pesquisados, a frequência de leitura das notícias e redes mais utilizadas.

Compartilhando notícias — Perguntamos o que fazem as pessoas compartilharem notícias para entender as motivações, 81,7% afirma que a motivação é compartilhar assuntos de utilidade pública, 15% tem a intenção de influenciar os amigos e seguidores e apenas 3,3% diz não compartilhar notícias. O assunto mais compartilhado pelas pessoas no último mês foi saúde 68,3%, seguido de política com 48,3%, educação com 33,3% e economia com 18,3% (alguns outros assuntos foram citados).

58% dos entrevistados afirmam não terem compartilhado uma notícia sem ler toda a matéria, no último mês, 38% diz ter compartilhado sem ler toda a matéria e 4% não lembram.

Também fizemos perguntas para entender os cuidados das pessoas ao lerem as notícias e ação ao identificar uma notícia falsa.

Identificando notícias falsas — Em uma pergunta aberta, perguntamos se as pessoas já tinham acreditado em uma notícia falsa e como foi a experiência. A maioria das pessoas acredita nunca ter caído em uma fake news e que sabe identificar quando uma notícia não é verdadeira, poucas pessoas não lembram ou não sabiam responder.

38,8% disse já ter compartilhado uma notícia falsa sem intenção e 61,7% afirma que não.

Entrevista quali — Despois de analisar os dados da pesquisa online, conduzimos uma pesquisa quali com três pessoas que responderam ao formulário. Um dos critérios de escolha, foi escolher pessoas que responderam com detalhes as perguntas abertas, assim sabíamos o que poderíamos explorar mais através de entrevistas semi-estruturadas. Além de tentar entender um pouco mais o perfil como rotina e hobbies, exploramos um pouco mais quais os canais consumidos pelos entrevistados e o nível de confiança que eles criaram nessas fontes. Algo que comprovamos, é que as pessoas se sentem mais seguras e costumam não questionar notícias que consomem nas fontes que estão acostumados.

Top insights

Reunimos todos os dados coletados em pesquisa e entrevistas e agrupamos os assuntos relacionados entre si. Com isso destacamos 6 top insights.

  1. A desinformação e as redes sociais: As pessoas consomem informações nas redes sociais diariamente. Fonte: Formulário e Entrevistas
  2. As consequências das notícias falsas: Pela falta de tempo, as pessoas querem informações rápidas. Fonte: Entrevista
  3. A desinformação e as redes sociais: As bolhas sociais influenciam no modo como as pessoas consomem informações. Fonte: Entrevista
  4. Assuntos mais pesquisados: Política e saúde são os temas mais compartilhados recentemente. Fonte: Formulário e entrevista.
  5. As consequências das notícias falsas: As pessoas nem sempre verificam a data e fonte da publicação. Fonte: Formulário e entrevista.
  6. A ação dos usuários ao detectar uma notícia falsa: As pessoas costumam comentar a notícia certa e/ou denunciar quando detectam uma notícia falsa. Fonte: Formulário e entrevista.

Persona e mapa de empatia

Com a coleta de dados através do formulário e em espacial nas entrevistas por video chamada, criamos uma persona e exploramos o mapa de empatia com as dores e oportunidades.

Job story

Para explorar oportunidades, utilizamos o job story, considerando alguns cenários.

Benchmark e análise heurística

Fizemos um estudo de mercado e análise heurística das plataformas analisadas, para entender o que os similares ofereciam, os pontos fortes e fracos e identificar as oportunidades. As plataformas analisadas foram o Google notícias e o Flipboard.

Brainstorming

Para explorar ideias sem filtro, com o máximo de possibilidade, fizemos uma dinâmica de brainstorming

Priorização Moscow — Depois de explorar as possibilidades no brainstorming, criamos um quadro Moscow, para definir o que era mais importante e também nos ajuda a visualizar oportunidades futuras.

Jornada do usuário

Depois de entender definir quais seriam nossas funcionalidades iniciais, criamos a jornada do usuário, pensando no fluxo o usuário, desde a necessidade até a interação com o produto.

User flow

Mapeamos o fluxo de telas através do User flow.

Rabiscoframe

Utilizamos o rabiscoframe de forma individual, para depois escolher as melhores formas das funcionalidades com as opções apresentadas.

Pensando na estrutura do produto final, criamos o wareframe que tem fidelidade média, não necessariamente a mesma estrutura sem mudanças do produto final.

Guia de estilo

No guia de estilo definimos, tipografia, cores, icones e todos os aspectos que vão compor a identidade visual do produto.

Alta fidelidade

Alterando algumas coisas exploradas no wareframe, chegamos ao protótipo em alta fidelidade, com a identidade visual aplicada às funcionalidades do produto final.

Você também pode conferir o protótipo interativo de alta fidelidade.

Conclusão

Com os impactos de como as notícias falsas podem afetar não só a vida individual das pessoas, mas também a sociedade como um todo, como no caso da ciência e a rapidez com que as notícias falsas se espalham é um grande alerta para a importância de olhar esse problema com cuidado, incentivando, estimulando e trazendo soluções que contribuam para o consumo de fontes confiáveis e variadas, assim como compartilhar apenas notícias verdadeiras com pessoas que fazem parte do mesmo ciclo.

Observações: Lembrando que o resultado dessa pesquisa foi obtido em 2021, as notícias também são desse ano.

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